O Brasil está no 5º lugar no ranking de países mais depressivos. O dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi comentado no 1º painel do CB.Debate Saúde Mental, evento promovido pelo Correio Braziliense no dia 24 de setembro, pela médica psiquiatra Monique Scalco, mestra em Ciências Médicas da Universidade de Brasília (UnB).
A médica ressaltou que há diferenças entre o sentimento de estar triste e o diagnóstico da patologia. “É muito importante dizer que tristeza não é depressão, mas um sentimento que faz parte do nosso repertório afetivo, e é, inclusive, importante em algum grau para sedimentar as coisas que a gente viveu. A gente não pode achar que vai ser agradável sentir tristeza, mas, ao mesmo tempo, não se pode patologizar toda vez que a gente se sentir triste, mesmo quando a tristeza foi intensa, como no caso do luto, que é um exemplo clássico de uma tristeza muito intensa, mas que não é uma doença”, apontou.
“A depressão é uma condição clínica, uma situação não cíclica, em que a pessoa se sente triste, para baixo, quase todos os dias, praticamente o tempo todo, o que acaba afetando a vida, desde suas relações até o trabalho, isso merece atenção e cuidado”, destacou.
Sintomas da depressão
Monique salientou que a síndrome tem diferentes formas de se manifestar, mas que a mudança de humor é considerada um dos sintomas principais. “Há também a redução do interesse ou a falta de capacidade de sentir prazer nas coisas que antes eram prazerosas, isso é a anedonia. Esses são os dois sintomas nucleares. Baseada nesses, a gente tem outros que são sintomas acessórios. Muitas vezes, eles vêm todos juntos. Outras vezes, vêm em uma intensidade menor. É uma doença muito heterogênea”, explicou a especialista, que complementou que mulheres e pessoas que já sofreram abuso estão mais sujeitas ao distúrbio.
Sobre o tratamento, a médica psiquiatra lembrou que os medicamentos podem fazer parte dos cuidados com a doença, mas que não são, necessariamente, o único caminho. “O médico pode prescrever a prática de exercícios físicos e a gente faz isso. Exercício leve a moderado, com duração de 40 minutos, pelo menos três vezes na semana, com supervisão, de preferência, é tratamento para depressão leve”, completou.
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