Com a chegada do outono-inverno, os casos de gripes, resfriados, sinusite, asma, além de alergias respiratórias como a rinite, por exemplo, costumam aumentar. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a asma atinge entre 10% e 25% da população brasileira, e a rinite, que segundo estudo ISSAAC (Internacional Study of Asthma and Allergies) compromete cerca de 26% crianças e 30% dos adolescentes, são as mais prevalentes.1
O ar seco e frio, comum no período, age nas vias respiratórias como um irritante, causando sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal,. Além de coceiras no nariz, ouvido, garganta, tosse e falta de ar.1
Sintoma comum a essas doenças e alergias, a congestão nasal é incômoda e pode ter várias causas.
O que é congestão nasal?
Congestão nasal é um quadro clínico no qual o principal sintoma é obstrução nasal, ou seja, quando a pessoa se refere que não está conseguindo respirar muito bem pelo nariz reportando um bloqueio da respiração pela fossa nasal. A informação é do especialista a Associação da Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL – CCF) e Diretor da Academia Brasileira de Rinologia (ABR), Dr. Ricardo Dolci, em entrevista ao Guia da Farmácia.
Principais causas de congestão nasal
Existem diversas causas. Entre as principais, estão as causas infecciosas ou inflamatórias, como por exemplo, um quadro de rinite que pode ser ou não alérgico. “Outra possibilidade é um quadro de rinossinusite aguda. Esse é um quadro infeccioso, podendo ser de via aérea superior, causada por vírus. Já a rinossinusite aguda pode ser causada tanto por vírus como por bactéria”, explica o Dr. Dolci.
Qual é a diferença entre rinossinusite aguda e rinossinusite crônica?
Basicamente, é o tempo de evolução. “Consideramos que a rinossinusite aguda tenha um período menor do que 12 semanas. Quando o paciente tem os mesmos sintomas por mais temos, classificamos como rinossinusite crônica”, diz o médico.
A congestão nasal é o bloqueio, ou seja, uma dificuldade para respirar pelo nariz. “Quando não conseguimos respirar pelo nariz, automaticamente temos de respirar mais pela boca. Isso pode ocasionar um cansaço maior, maior dificuldade em dormir, ocasionando fadiga durante o dia, alteração de memorização e irritabilidade e, em alguns casos, o paciente pode ter cefaleia em região dos seios da face”, comenta o especialista da ABORL – CCF.
A higienização nasal pode aliviar o sintoma?
Esse processo ajuda a aliviar os sintomas da congestão nasal e é, inclusive, um dos tratamentos. “O European Position Paper (EPOS) traz a higienização nasal como um dos principais tratamentos. Ela pode ser feita de diversas maneiras, por meio de dispositivos. Desde uma seringa, que vai variar de 1 a 3 ml em bebês recém-nascidos, até uma maior quantidade em adultos, como uma seringa de 60ml ou dispositivos prontos, conhecidos como jato contínuos ou uma garrafinha de apertar”, comenta o Dr. Dolci.
Como fazer a higienização nasal
Há diversas formas de fazer a higienização nasal, porém os médicos preconizam o soro fisiológico. “Hoje em dia, pode ser realizado com água destilada ou filtrada, adicionando bicarbonato de sódio em uma proporção adequada. Ou xilitol também pode ser indicado em alguns casos”, pontua.
Ele diz que, apesar dessa opção, o mais comum é indicar a utilização do soro fisiológico a 0,9%, que é uma solução isotônica. “Muitos pacientes perguntam sobre soros caseiros, onde se misturar o bicarbonato e sal. É possível, mas tem precisa ser feito com uma dosagem adequada. Se a dosagem for errada, pode causar danos na função dos cílios respiratórios”, alerta.
Hidratação nasal: o que é?
A hidratação nasal é utilizada quando o nariz está seco. A permanência em lugares muito secos, ou mesmo a exposição excessiva ao ar-condicionado, podem causar esse ressecamento. O Dr. Dolci destaca que a vida em cidades onde a umidade relativa do ar é muito baixa também agravam o problema.
“Essas condições vão fazer com que a mucosa nasal fique ressecada. Nesses casos, há indicação de uso de géis hidratantes para o nariz. Já na congestão nasal não, porque existe muita secreção ali. Nesse caso, a região fica inchada e precisamos de um processo de limpeza mesmo, com soro fisiológico. Outras opções são o soro com bicarbonato ou xilitol, que também podem ter uma resposta mais adequada”, finaliza.
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