Não é raro que alguns homens se percam na hora dos cuidados diários de beleza. Geralmente mais peludos e com a pele mais oleosa, eles não devem replicar os cuidados de suas parceiras – principalmente se o tipo de pele for diferente.
Além disso, por uma característica hormonal, os homens têm mais pelos que as mulheres e os hormônios andrógenos são os grandes responsáveis pela pilificação masculina. “Não só a pilificação em quantidade, mas também de pelos que tem uma tendência de serem mais longos e mais densos. Não existem formas de evitar esses pelos, que são, na verdade, uma característica genética, hereditária, étnica e hormonal. Então um homem sempre vai ter pelos nas áreas predeterminadas pelos receptores que são estimulados por essa cadeia de hormônios”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas, afinal, como cuidar do pelo, da pele e do cabelo?
Abaixo, alguns especialistas explicam 7 dúvidas comuns no cuidado de beleza do homem:
Como cuidar da oleosidade da pele?
Segundo a Dra. Claudia Marçal, o homem, de uma maneira geral, já produz mais gorduras porque tem as glândulas sebáceas maiores. Principalmente em relação à face. “Os folículos pilosos fazem a formação da barba e, em volta, ao redor de cada fio, há uma glândula sebácea que lubrifica. Além disso, temos a ação dos andrógenos, que são os hormônios masculinos, que são os grandes estimuladores da produção de gordura, dos ácidos graxos e que muitas vezes — quando produzidos em grande quantidade e de forma inadequada — acabam servindo para alimentar as bactérias da nossa pele, tornando a pele mais congesta, mais gordurosa e com tendência à formação da acne”, destaca a médica.
A dermatologista explica a higienização da pele deve ser feita duas vezes ao dia, com sabonete de controle da oleosidade. E, em seguida, hidratar: “Utilizar pela manhã hidratante seroso em veículo aquoso ou à base de ácido hialurônico, no rosto e pescoço, para promover hidratação e revitalização, ajudando a manter a molécula de água na pele. Utilizar fotoproteção associada pela manhã com FPS em texturas matificante, secas ou fluidas ou oil free com FPS sempre acima de 30. À noite, antes de dormir usar — após a higienização com sabonete e esfoliante ou apenas o sabonete — produtos à base de retinol, azeloglicina, alfa-hidroxiácidos ou vitamina C em veículos como gel. Ou ainda, emulsão sem óleo ou mousse no rosto e área da barba em fina camada”, indica a Dra. Claudia Marçal.
É recomendável lavar o rosto antes do banho?
“Educo meus pacientes a promoverem essa lavagem com água fria na pia antes do banho; se torna um hábito prático, inesquecível e protetor para não ocorrer de lavar com a água mais quente do banho”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, médico, pós-graduado em Dermatologia Clínica-Cirúrgica e professor do Instituto Lapidare. “A água quente e o uso de bucha trarão danos na reepitelização da camada mais externa da pele, a epiderme, conferindo aspecto de pele seca e envelhecimento. E, em peles muito oleosas, pode desencadear a produção aumentada de óleo em resposta a esse hábito”, completa o Dr. Danilo.
Há produtos que podem ser aplicados na pele e no pelo da barba?
Sim. Segundo Ana Paula Kascher, diretora comercial da B.URB, o balm é um tipo de produto indicado para isso, pois tem como objetivo alinhar os fios, dar volume e textura, deixando a barba firme e arrumada, domando os fios rebeldes, e hidratar pele e pelo. “O Balm para Barba Midtown ajuda a selar e alinhar os fios, além de possuir alta propriedade hidratante para a pele, por possuir emolientes calmantes em sua formulação. O Balm deve ser aplicado sobre a barba limpa e seca, massageando todo a área e, em seguida, penteando para alinhar os fios”, comenta Ana Paula.
A barba precisa de proteção solar?
“O tamanho dos fios da barba vai delimitar se esse homem deverá usar o mesmo protetor solar do restante do rosto ou se deverá usar produtos específicos para o pelo, que formem um filme de proteção que ajudará a proteger o fio e a pele. Mas se a barba for curta e rala, é importante proteger a pele, sim”, explica o Dr. Danilo.
Qual a melhor estratégia para eliminar os pelos indesejados?
Segundo a dermatologista, a única maneira de evitar o nascimento dos fios é fazendo a depilação a laser e para isso nós temos várias tecnologias. “Mas dependendo da área em questão, como a área da barba, são necessárias várias sessões porque o homem tem receptores específicos para que haja pelo nessa região”, destaca a Dra. Claudia Marçal.
Como cuidar para que o cabelo não caia?
O ideal é procurar um médico. “O afinamento do cabelo masculino começa com a recessão da linha do cabelo na região frontal (as famosas “entradas”) e a formação de uma área calva na coroa do couro cabeludo. Com o passar de tempo, as áreas calvas podem se expandir e se unir, resultando em uma área completamente desnuda, deixando o couro cabeludo liso e brilhante. A nuca é poupada, pois nessa área, não há presença de receptores hormonais presos aos folículos”, explica a Dra. Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Então, ao primeiro sinal do problema, o médico deve ser consultado. “A partir do diagnóstico de queda crônica de cabelos, o tratamento geralmente é para toda vida e o seu alvo é engrossar os cabelos finos, impedir que os fios que ainda estão saudáveis também se afinem e principalmente, manter os folículos vivos. Então, para que o folículo doente se restabeleça, necessitamos de tratamentos que inibam a ação do DHT (di-hidrotestosterona), aumentem a fase de crescimento do folículo, para manter seu funcionamento. Há medicamentos tópicos e orais para isso”, diz a Dra. Lilian, que também indica tratamentos regenerativos e lasers.
Existe algum cuidado com o fio do cabelo?
É comum que homens se preocupem apenas com a lavagem e o condicionamento dos fios. Mas é fundamental garantir proteção solar. “Os danos que a radiação solar causa nos cabelos começam com alteração da cor, perda de brilho, fragilidade aumentada, e ressecamento excessivo. Já no couro cabeludo, o mais temido são os cânceres de pele como os carcinomas basocelulares e espinocelulares”, destaca o Dr. Danilo S. Talarico.
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