A hipertensão atinge 27,9% da população brasileira, segundo o último levantamento da da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde.
A doença é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias e acontece quando os valores são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg, o famoso 14 por 9.
Mais conhecida como pressão alta, a doença não tem cura e, em 90% dos casos, é herdada dos pais. No entanto, existem fatores de riscos que influenciam nos níveis da pressão arterial, entre eles:
- Fumo;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Obesidade;
- Estresse;
- Elevado consumo de sal;
- Níveis altos de colesterol;
- Falta de atividade física.
Além desses fatores, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade.
Riscos à saúde
Quem recebe o diagnóstico de hipertensão precisa controlar a doença, alerta o cardiologista Flávio Cure, coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar. Segundo o médico, que é membro da Sociedade Europeia de Cardiologia, a pressão alta pode causar uma série de risco à saúde, incluindo:
- Doenças cardíacas: aumenta o risco de ataque cardíaco e insuficiência cardíaca.
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): pode causar AVC isquêmico ou hemorrágico.
- Danos aos rins: pode levar à doença renal crônica e insuficiência renal.
- Problemas oculares: pode causar danos à retina, levando à perda de visão.
- Aneurismas: a pressão alta pode enfraquecer as paredes das artérias, levando a aneurismas.
- Demência: pode contribuir para a demência vascular.
Medição deu 14 por 9, e agora?
Uma única medição de 140/90 mmHg não é suficiente para caracterizar a hipertensão arterial. O diagnóstico geralmente requer outros fatores, como:
- Múltiplas medições: a pressão arterial deve ser medida em mais de uma consulta. Os profissionais de saúde normalmente pedem que a medição seja feita em pelo menos duas visitas diferentes.
- Variação natural: a pressão arterial pode variar ao longo do dia devido a fatores como estresse, atividade física e alimentação. Portanto, medidas pontuais podem não refletir a condição real.
- Monitoramento em casa: algumas pessoas são instruídas a monitorar a pressão em casa para obter uma média mais realista.
Cure lembra que a única maneira de descobrir se você tem a doença é medindo a pressão. A recomendação é de que a medição seja feita a partir dos três anos de idade, pelo menos uma vez ao ano. A regra não vale para quem tem o diagnóstico da doença: nesse caso, o acompanhamento precisa ser mais frequente.
Não tem cura, mas tem controle
A pressão alta não tem cura, mas é preciso controlar e tratar. Além dos medicamentos disponíveis (que devem ser receitados por um profissional), o paciente precisa adotar um estilo de vida mais saudável. Veja algumas orientações:
- Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
- Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
- Praticar atividade física regular;
- Aproveitar momentos de lazer;
- Abandonar o fumo;
- Moderar o consumo de álcool;
- Evitar alimentos gordurosos;
- Controlar o diabetes.
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