As doenças cardiovasculares, que incluem condições graves como infarto e AVC, continuam sendo a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), um brasileiro morre a cada 90 segundos em decorrência dessas doenças. Entre 1º de janeiro e 30 de agosto deste ano, foram registrados mais de 200 mil óbitos. Nesse cenário, um levantamento da epharma, empresa que atua com programa de benefícios em medicamentos (PBM), aponta um crescimento de 76,18% nas vendas de medicamentos para doenças cardiovasculares de janeiro a julho de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
Segundo Rafael Altoé, coordenador da Área Médica da Neomed e cardiologista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo, “a pandemia de COVID-19 desempenhou um papel significativo ao aumentar a vigilância das pessoas sobre a saúde de modo geral, resultando em mais diagnósticos precoces e tratamentos. Além disso, avanços tecnológicos, como o uso de inteligência artificial para análises médicas e dispositivos wearables para monitoramento contínuo da saúde, têm facilitado a identificação precoce de condições cardiovasculares e a personalização dos tratamentos”.
O Centro-Oeste foi a região onde houve maior evolução do número de beneficiários que adquiriram medicamentos para doenças cardiovasculares, com aumento de quase sete vezes entre janeiro e julho de 2024, em comparação com os sete primeiros meses de 2023.
“A maior parte das doenças cardiovasculares são evitáveis, então o cuidado tem um enorme impacto positivo na qualidade de vida das pessoas e no sistema de saúde. Além da prevenção, o tratamento adequado é uma estratégia fundamental para a promoção da saúde e da longevidade”, explica Wilson Oliveira Junior, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da epharma.
Venda via PBM
Segundo o estudo, a economia gerada por meio da venda via PBM foi 105% superior nos sete primeiros meses de 2024, comparada ao mesmo período de 2023.
Nos últimos doze meses, os princípios ativos que apresentaram maior crescimento de venda, destacam-se: losartana (409,7%), indicado para tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca, e que também pode ajudar a reduzir o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC); e hidroclorotiazida (356,5%), medicamento utilizado para controle da pressão arterial e de inchaços decorrentes de problemas cardiovasculares e renais.
Mudanças no estilo de vida
Além dos medicamentos, o tratamento de doenças cardiovasculares pode ser significativamente melhorado por meio de mudanças no estilo de vida. Para Lia Buschinelli, nutricionista formada pela Universidade de São Paulo (USP), uma alimentação saudável, aliada à prática regular de exercícios físicos, é essencial para manter a saúde cardiovascular. É fundamental seguir uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais e cereais integrais, e baixa em gorduras saturadas e sódio.
A Dieta DASH, cujo objetivo é ajudar a controlar a pressão alta, priorizando o consumo de vegetais, frutas, cereais integrais, leguminosas, oleaginosas, além de proteínas e laticínios com pouca gordura, e o padrão alimentar Mediterrâneo são altamente recomendados, pois ajudam a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
“É crucial moderar também o consumo de sódio e optar por alimentos ricos em potássio, como bananas e abacates, que ajudam a manter a pressão arterial sob controle. Pequenas mudanças na alimentação podem trazer grandes benefícios para a saúde do coração ao longo do tempo”, finaliza Lia.
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