Os dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) no Atlas Global de 2025 revelam um cenário alarmante: 589 milhões de adultos entre 20 e 79 anos vivem com diabetes no mundo, sendo 16,6 milhões no Brasil, que ocupa o 6º lugar no ranking global.
Com um aumento de 5,7% nos casos desde 2021 e custos que ultrapassam US$ 45 bilhões anuais, o país enfrenta desafios complexos, desde o diagnóstico tardio até o manejo das complicações. Nesse contexto, o farmacêutico emerge como um profissional indispensável na linha de frente do combate à doença.
Educação e prevenção: a primeira barreira
Com 11% das gestações brasileiras afetadas por diabetes gestacional – fator de risco para mães e bebês –, o farmacêutico atua na orientação sobre alimentação, monitoramento glicêmico e uso seguro de medicamentos, reduzindo complicações.
Além disso, promove campanhas de prevenção do diabetes tipo 2, destacando a importância da atividade física e do controle de peso, especialmente em comunidades com menor acesso a serviços de saúde.
Diagnóstico precoce e acesso à saúde
O relatório da IDF alerta para a subnotificação de casos, problema que o farmacêutico ajuda a combater.
Por ser um profissional acessível, realiza triagens glicêmicas em farmácias, identificando pacientes assintomáticos e encaminhando-os para tratamento precoce. Essa ação é vital, já que o diabetes mal controlado pode levar a cegueira, amputações e doenças cardiovasculares – responsáveis por 111 mil mortes anuais no Brasil.
Manejo de medicamentos e adesão ao tratamento
Para os 500 mil brasileiros com diabetes tipo 1, dependentes de insulina, o farmacêutico é essencial no ensino sobre técnicas de aplicação, ajuste de doses e armazenamento correto do hormônio.
Já nos casos de diabetes tipo 2, orienta o uso de antidiabéticos orais, evitando interações perigosas com outros remédios e garantindo a adesão terapêutica – fator crítico para reduzir hospitalizações e custos.
Controle de complicações e redução de gastos
Como o Brasil é o 3º país em gastos com diabetes, o farmacêutico contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde ao prevenir complicações. Monitora parâmetros como hemoglobina glicada e pressão arterial, além de orientar sobre cuidados com os pés (evitando amputações) e saúde ocular. Essas ações diminuem a necessidade de procedimentos de alto custo, aliviando a pressão sobre hospitais e famílias.
Integração multidisciplinar
O farmacêutico não atua isoladamente. Trabalha em conjunto com endocrinologistas, nutricionistas e enfermeiros, garantindo um acompanhamento integral.
No diabetes gestacional, por exemplo, colabora com obstetras para ajustar metas glicêmicas, enquanto em casos de obesidade – fator de risco para a doença –, apoia planos de emagrecimento com segurança.
Valorizar para transformar
Os números da IDF não são apenas estatísticas: representam vidas impactadas por uma doença crônica e silenciosa. O farmacêutico, com sua expertise em medicamentos e proximidade com a população, é um agente transformador nessa jornada.
“Cada paciente orientado, cada complicação evitada, reforça o quanto o farmacêutico é vital na cadeia de cuidado. Somos ponte entre o diagnóstico e a qualidade de vida”, destaca Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
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