O sofrimento com os olhos secos é comum entre os brasileiros. Alguns trabalhos demonstram que 14% da população sofre com a condição. Na cidade de São Paulo (SP), esse número alcança 24%.
Levantamentos feitos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelaram que o olho seco afeta entre 24% e 25% da população jovem das duas instituições, de acordo com a Agência Brasil.
Mas, afinal, o que são os olhos secos? “O olho seco pode ser definido pelos seguintes fenômenos: diminuição da quantidade, modificação da qualidade e/ou diminuição da estabilidade da lágrima. Cerca de 15% a 40% da população apresenta algum sinal ou sintoma de olho seco”, explica a oftalmologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Ione Alexim.
É um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao ressecamento ocular, como: olhos vermelhos, ardência, irritação, lacrimejamento ocular, sensação de areia nos olhos, sensibilidade à luz, entre outros.
Em resumo, complementa a oftalmologista do Hospital Albert Einstein, Dra. Claudia de Paula Faria, os olhos precisam de lágrimas para se manterem saudáveis e confortáveis. Quando não há lágrimas suficientes ou a qualidade delas é ruim, a superfície do olho irá ressecar (córnea e conjuntiva).
No inverno, ela explica que o ar frio, o vento e a baixa umidade reduzem a camada protetora de lágrimas na superfície dos olhos, levando ao quadro de olho seco. Além disso, o tempo mais seco no inverno acaba contribuindo para a evaporação mais rápida da lágrima, podendo intensificar os sinais e sintomas.
Classificação pelas causas
Em geral, o olho seco pode ser de três tipos, segundo a Dra. Ione. O primeiro deles é o olho seco evaporativo, quando existe alguma doença ou condição da superfície ocular que favoreça a evaporação mais rápida da lágrima, por exemplo: blefarite e lagoftalmo.
Existe também o olho seco por baixa produção de lágrima, condição evidenciada em algumas doenças reumatológicas, por exemplo: artrite reumatoide e Síndrome de Sjögren.
E por último, ocorre quando em alguns indivíduos coexistem as duas formas anteriores e, nesse caso, o problema é classificado como olho seco misto.
As razões para a disfunção do filme lacrimal são muitas, adiciona a Dra. Claudia, incluindo alterações hormonais, doenças autoimunes, glândulas palpebrais inflamadas ou doenças oculares alérgicas. As causas comuns de diminuição da produção de lágrimas incluem:
• Envelhecimento.
• Certas condições médicas, incluindo Síndrome de Sjögren, doença alérgica ocular, artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia, doença do enxerto versus hospedeiro, sarcoidose, distúrbios da tireoide ou deficiência de vitamina A.
• Certos medicamentos, incluindo anti-histamínicos, descongestionantes, terapia de reposição hormonal, antidepressivos e outros.
“Os sinais e sintomas incluem olhos vermelhos, sensação de corpo estranho ou areia nos olhos, queimação, ardência, fotofobia, lacrimejamento e embaçamento visual”, explica a Dra. Ione.
A boa notícia é que existe tratamento. Segundo a Dra. Ione, as lágrimas artificiais restauram a lubrificação e superfície ocular, melhorando os sinais e sintomas associados e, consequentemente, a qualidade de visão.
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